13 de abril de 2007

SINTESE

A Semana de 1922 representa o marco do lançamento público do Modernismo Brasileiro, uma vez que os artistas que lá exibiam suas obras tinham como objetivos a ruptura com as tradições acadêmicas, a atualização das artes e da literatura brasileiras em relação aos movimentos de vanguarda europeus e o encontro de uma linguagem autenticamente nacional, queriam acabar com a mania de falar difícil e não dizer nada.
A idéia era atualizar culturalmente o Brasil, trazendo as influências estrangeiras, colocando-o ao lado dos países que já haviam atingido sua independência no plano das idéias, das artes plásticas, da música e da literatura. A partir dela, iniciou-se uma década de polêmicas, provocações, invenções, brigas estéticas, enfim, uma farra que parecia inesgotável. O Modernismo não surgiu como um estilo passível a ser definido formalmente, mas como uma postura frente à história, como ansiedade de renovação artística cultural, social e política. O próprio grupo de artistas plásticos que aderira ao movimento não deixava de refletir a pluralidade e diversidade da vida brasileira. O texto passa a ser mais coloquial, deixando de lado a linguagem culta, admitindo-se até mesmo o uso de gírias. O uso de rimas e métricas perfeitas na poesia não são mais obrigatórias, possibilitando versos mais livres.
Ato de rebeldia e de fé no futuro, a Semana vale muitas festas. Como se sabe, vários países ingressaram na modernidade pelos solavancos de revoluções políticas. Outros o fizeram através de reformas sociais.
Naquelas três noites de fevereiro, entre aplausos e vaias do Teatro Municipal de São Paulo, abrigo da tradicional elite paulista, um grupo de intelectuais de um país historicamente dividido deu um salto para colocar-se à altura de sua etapa histórica. Mostraram-se capazes de unir passado e presente, aristocracia e espírito democrático, herança e rebelião. O mundo das ruas começou a ser ouvido e homens simples do povo tornaram-se cidadãos de primeira classe. Num país de cartola, fraque, voto de cabresto e exclusão, a busca do novo converteu-se em uma fúria rara e saudável.
Examinados a distância, os homens e as mulheres de 1922 não diferem muito do retrato que deles faziam os contemporâneos mais jovens. Tornou-se costume, de uns tempos para cá, examinar a Semana de 22 com os olhos do equilíbrio e da sisudez, em balanços críticos que procuram contabilizar obras-primas por centímetro quadrado. A desmistificação e a crítica são saudáveis heranças modernistas, mas cabe uma observação. Mais do que fábrica de obras de qualidade ou usina de talentos, a Semana de 22 entrou para a História porque foi uma semente e um furacão, uma aposta no futuro e um grito.O movimento modernista continuou a expandir-se por divulgações através da revista Antropofágica e da revista Klaxon, principalmente, e também pelos movimentos: Pau-Brasil, Verde- Amarelismo e pelo movimento Antropofágico.

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