13 de fevereiro (Segunda-feira)
ROTEIRO 1ª PARTE
2ª PARTE
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- O Teatro Municipal de São Paulo estava cheio para a abertura oficial do evento. Pelo saguão do teatro foram espalhadas várias pinturas e esculturas que provocam reações de espanto e repúdio por parte do público.O espetáculo foi aberto com a conferência de abertura de Graça Aranha, intitulada 'A Emoção Estética na Arte Moderna'. Na conferência ele elogiou os trabalhos expostos, investiu contra o academicismo, criticou a Academia Brasileira de Letras e proclamou os artistas da Semana como personagens atuantes na "libertação da arte".
- A música de Ermani Braga fez uma crítica a Chopin('A Emoção Estética na Arte Moderna') - o que levaria a pianista Guiomar Novaes a protestar publicamente contra os organizadores da semana.
- A noite prosseguiu com a conferência 'A Pintura e a Escultura Moderna do Brasil', de Ronald Carvalho, três solos de piano de Ermani Braga e três daças africanas de Villa-Lobos.
15 de fevereiro (Quarta-feira)
ROTEIRO
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- Municipal estava aberto desde o início da tarde para o público visitar a mostra de artes plásticas e arquitetura, montada no saguão do Teatro. Diante das telas a reação dominante foi o choque e a indignação. Também as esculturas de Brecheret não mereceram do “respeitável público” outro comentário que não fosse a crítica intolerante e preconceituosa.
- A "atração" dessa noite foi a palestra de Menotti del Picchia sobre a arte estética. Menotti apresenta os novos escritores dos novos tempos e surgem vaias e barulhos diversos (miados, latidos, grunhidos, relinchos...) que se alternam e confundem com aplausos.
- A vaia iniciou-se novamente quando Mário de Andrade, em pé na escadaria interna do Teatro Municipal, leu algumas páginas de “A Escrava que não é Isaura”, esboço de um futuro trabalho sobre poética moderna, onde o autor se referia ao "belo horrível" e evocava a necessidade do abrasileiramento da língua e da volta ao nativismo.
- Mas a grande atração foi mesmo quando Ronald Carvalho leu 'Os Sapos', de Manoel Bandeira, numa crítica aberta ao modelo parnasiano, o público fez um coro ironizando o refrão 'foi! Não foi! Foi!'. Veja o poema a seguir:
Enfunando os sapos,
saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos
A luz os deslumbra. Em ronco que
aterra,
Borra o sapo-boi:
Meu pai foi à guerra!
Não foi! - Foi! - Não Foi! O sapo-
tanoeiro
Parnasiano aguado,
Diz: -Meu cancioneiro é bem martelado. O meu verso é bom
Frumento sem joio
Faço rimas com
Consoantes de apoio. Vai por cinqüenta anos
Que lhes dei a forma:
Reduzi sem danos
A formas e a forma.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas...
Urra o sapo-boi:
- Meu pai foi rei! - Foi!
- Não foi! - Foi! - Não foi!
Brada era um assomo
O sapo tanoeiro
A grande arte é como lavor de joalheiro Outros, sapos-pipas
(Um mal cabe em si)
Falam pelas tripas
- Sei! - Não sabe! - Sabe! Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Verte a sombra imensa
Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é Que soluças tu,
Transido de frio
Sapo-cururu
Da beira do rio...
saem da penumbra,
Aos pulos, os sapos
A luz os deslumbra. Em ronco que
aterra,
Borra o sapo-boi:
Meu pai foi à guerra!
Não foi! - Foi! - Não Foi! O sapo-
tanoeiro
Parnasiano aguado,
Diz: -Meu cancioneiro é bem martelado. O meu verso é bom
Frumento sem joio
Faço rimas com
Consoantes de apoio. Vai por cinqüenta anos
Que lhes dei a forma:
Reduzi sem danos
A formas e a forma.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia,
Mas há artes poéticas...
Urra o sapo-boi:
- Meu pai foi rei! - Foi!
- Não foi! - Foi! - Não foi!
Brada era um assomo
O sapo tanoeiro
A grande arte é como lavor de joalheiro Outros, sapos-pipas
(Um mal cabe em si)
Falam pelas tripas
- Sei! - Não sabe! - Sabe! Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Verte a sombra imensa
Lá, fugido ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é Que soluças tu,
Transido de frio
Sapo-cururu
Da beira do rio...
17 de fevereiro (Sexta-feira)
ROTEIRO 1ª PARTE
2ª PARTE
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- A tranqüilidade prevaleceu, com apenas metade do público aplaudindo o programa musical, baseado num repertório já conhecido de Villa-Lobos.
- Quando Heitor Villa-Lobos, como bom maestro, entrou no palco usando a devida casaca, mas arrastando chinelos e um guarda-chuva como bengala, o público volta a vaiar, indignado com o acinte desta atitude futurista. E não era nada disso: casualmente, o compositor fora atacado de ácido úrico nos pés e não podia calçar sapatos.
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