13 de abril de 2007

ANTECEDENTES DA SEMANA


São Paulo dos anos 20 era a cidade que melhor apresentava condições para a realização de tal evento. Tratava-se de uma próspera cidade, que recebia grande número de imigrantes europeus e modernizava-se rapidamente, com a implantação de indústrias e reurbanização.Era, enfim, uma cidade favorável a ser transformada num centro cultural da época, abrigando vários jovens artistas. Ao contrário, o Rio de Janeiro, outro polo artístico, se achava impregnado pelas idéias da Escola Nacional de Belas-Artes, que, por muitos anos ainda, defenderia, com unhas e dentes, o academicismo.
Claro que existiam no Rio artistas dispostos a renovar, mas o ambiente não Ihes era propício, sendo-lhes mais fácil aderir a um movimento que partisse da capital paulista.
Os primórdios da arte moderna no Brasil:
Em 1913, estivera no Brasil, vindo da Alemanha, o pintor Lasar Segall. Realizou uma exposição em São Paulo e outra em Campinas, ambas recebidas com uma fria polidez. Desanimado, Segall seguiu de volta à Alemanha, só retomando ao Brasil dez anos depois, quando os ventos sopravam mais a favor.A exposição de Anita Malfatti em 1917, recém chegada dos Estados Unidos e da Europa, foi outro marco para o Modernismo brasileiro.Todavia, as obras da pintora, então afinadas com as tendências vanguardistas do exterior, chocaram grande parte do público, causando violentas reações da critica conservadora.A exposição, entretanto, marcou o início de uma luta, reunindo ao redor dela jovens despertos para uma necessidade de renovação da arte brasileira.Além disso, traços dos ideais que a Semana propunha já podiam ser notados em trabalhos de artistas que dela participaram (além de outros que foram excluídos do evento).Desde a exposição de Malfatti, havia dado tempo para que os artistas de pensamentos semelhantes se agrupassem.
Em1920, por exemplo, Oswald de Andrade já falava de amplas manifestações de ruptura, com debates abertos.
Em:
1911-Oswald de Andrade funda o periódico "O Pirralho".
1912-Oswald chega ao Brasil trazendo da Europa o conhecimento de novas formas de expressão artística, como as de Paul Fort e as sugeridas pelo "Manifesto Futurista" do poeta italiano Marinetti. Surgem as primeiras colagens ele Braque e Picasso, possíveis origens do cubismo.
1913-Exposição do pintor Lasar Segall em Campinas (São Paulo).
1914-O francês Marel Duchamp lança os ready-mades.
1915-O poeta Ronald de Carvalho participa no Rio da fundação da revista "Orfeu", dirigida em Portugal por Fernando Pessoa e Mário de Sá Carneiro.
1917-Exposição de Anita Malfatti. O escritor Monteiro Lobato escreve o artigo "Paranóia ou Mistificação?", onde critica vigorosamente as inovações na pintura de Anita e se envolve em uma polêmica com os principais artistas do movimento modernista.
1918-É lançado o "Manifesto Dadá".
1919-Surgimento do Fascismo na Itália e adesão de Marinetti.
1920-Oswald de Andrade e Menotti del Picchia fundam a revista "Papel e Tinta". Graça Aranha publica "Estética da Vida". Victor Brecheret expõe as maquetes do monumento às Bandeiras (SP). Exposição de Anita Malfatti e John Graz.
1921-Oswald de Andrade publica "Meu Poeta Futurista" e Mário de Andrade responde com "Futurista?!". Mário publica o artigo "Mestres do Passado".





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